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A PROCURA DE UMA HOSPEDAGEM: PERRENGUE DE VIAGEM

Para quem leu nosso último perrengue de viagem, viu que passamos a noite nos Andes quando estávamos indo de Mendoza para Santiago depois do ônibus quebrar. Mas não pense que os perrengues acabaram por ai não. Afinal, perrengue de viagem longa não acaba nunca haha. E claro que dormir nos Andes, gerou alguns imprevistos em nossa viagem.

A previsão de chegada à Santiago era às 06 horas da manhã. Contudo, após o ônibus quebrar, chegamos apenas 1 hora da tarde. Já imagina o quanto nossa viagem atrasou. Mas o problema não era esse, o simples atraso, se o nosso destino final fosse a capital chilena mesmo.

O problema foi que ainda tínhamos que pegar o carro alugado e partir para o sul do Chile (veja nossas dicas de aluguel de carro no Chile), com destino a Puerto Montt. Assim, mesmo com o atraso conseguimos pegar o carro, por volta das 2 horas da tarde.

Veja também: aluguel de carro no Sul do Chile, dicas experiência e preços.

Contudo, ainda tivemos que almoçar, já que havíamos chegado 1 hora da tarde e não tínhamos comido nada desde o dia anterior. Afinal, no ônibus para Santiago não deram nem um lanchinho na viagem rsrs. E  não havíamos levado nenhum tipo de comida, visto que seria uma viagem noturna e queríamos evitar problemas na Aduana.

Mas chegando em Santiago nem quisemos procurar um restaurante para almoçar não, optamos por um sanduíche do Subway mesmo. Com a fome que estávamos, comeríamos até dois sanduíches cada uma. Mas com isso perdemos mais algumas horas de estrada.

Assim, apenas pegamos a estrada, a famosa Ruta 5, quando já era por volta das 2:30 da tarde.

Nossos planos iniciais da viagem (não tinha nenhum perrengue no plano é claro)

A princípio, nossos planos era chegar em Santiago por volta das 6 da manhã, realizar câmbio no centro da cidade (onde possui as melhores taxas). Pegar o carro e logo após seguir viagem ainda na parte da manhã, sendo que viajaríamos até a cidade de Temuco. Em Temuco  iríamos nos hospedar e somente no outro dia seguir viagem para Puerto Montt, sem passar nenhum perrengue, é claro.

Nosso plano era maravilhoso no papel. Mas quem disse que as coisas saíram como planejado? E claro que não né!!

Ao sair de Santiago por volta das 2:30 da tarde, não conseguiríamos cumprir nosso cronograma e chegar até Temuco. A não ser que dirigíssemos a noite ou andasse em uma velocidade muiiito alta. Mas as duas possibilidades estavam fora de questão. Estávamos muito cansadas da viagem de ônibus para dirigir a noite toda, e alta velocidade não é para gente (já dizia o ditado: “devagar se vai longe”). E deixamos a alta velocidade para os pilotos da Fórmula 1.

Então, os novos planos foram dirigir umas 6 horas, depois procurar um hotel, para passar a noite e no outro dia seguir viagem.

Assim, seguimos caminho. O problema foi que já estávamos bem cansadas da  noite anterior  e ainda pegar a estrada e dirigir por várias horas foi exaustivo, nem estávamos admirando as belezas das estradas chilenas.

Dirigimos até por volta de 8 horas da noite, quando decidimos procurar um hotel ou um hostel para se hospedar.

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A procura de um lugar para se hospedar – Começou a saga…

Estávamos nos guiando pelo Google Maps. Assim, a primeira cidade que apareceu nele, resolvemos entrar. Segundo o Google, se pegássemos a saída à direita, chegaríamos a uma cidade chamada Miraflores. Assim, pegamos a saída da Ruta 5.

Primeira tentativa de achar hospedagem

Então saímos da Ruta 5 e entramos em uma estrada de pedras, mas tudo bem, provavelmente era uma cidade pequena. Andamos um pouco e vimos um motel a nossa direita e pensamos ” ah talvez motel no Chile é só um hotel de beira de estrada”. Começamos a entrar no motel e opss, era realmente um motel como os do Brasil. Demos meia volta claro, até porque o lugar era medonho e todo colorido, não sei nem porque cogitamos entrar (acho que foi o cansaço).

Andamos um pouco mais e aí começou o problema, segundo o Google já tínhamos chegado em Miraflores. Mas o problema era que não tinha nenhuma cidade onde estávamos, não tinha nenhuma casa na verdade. Ainda andamos um pouquinho mais para frente, mas sem se afastar muito da Ruta 5 e a rua de pedra acabou sendo seguida por uma estreita estrada de chão. O local não havia casas, nem pessoas, nem nada, totalmente deserto.

Quando chegamos nessa estrada mais estreita, vimos um farol de carro mais ao final da estrada. Podia ser um carro qualquer. Mas quem disse que esperamos, nunca fizemos um manobra tão rápida. Acho que foi uma manobra digna de filme.  Afinal, não confiamos 100% no Google Maps, muito menos em estranhos em uma estrada deserta.

Voltamos para à Ruta 5 e pegamos a estrada novamente hahaha. Assim, como não achamos a cidade, apelidamos Miraflores de “cidade fantasma” hahah. Inclusive procuramos por ela no Google Maps depois e não achamos. Até achamos outra Miraflores no Chile, mas em localização bem diferente.

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Segunda tentativa de achar hospedagem

Após pegar a Ruta 5 novamente, seguimos viagem para achar a próxima cidade. Mas dessa vez, quando paramos em um posto de gasolina para abastecer, perguntamos o frentista onde conseguiríamos um lugar para se hospedar. Vai que iríamos parar em uma cidade fantasma novamente. Assim, ele nos indicou a próxima cidadezinha.

Após andarmos por alguns quilômetros chegamos à cidade indicada. Assim, começamos nossa saga procurando por hotéis, pousadas, hostels, a casa de alguém, qualquer lugar que desse para passar a noite. Como era uma cidade pequena, achamos que não teria problema em achar uma hospedagem.

Desse modo, passamos por um hotel e para nossa surpresa ele estava lotado. Seguimos para uma pousada e ela também estava lotada. Pensamos: não é possível será que tudo vai estar lotado. Após passarmos em todos os lugares (na cidade só tinha 6 hospedagens rsrs)  e todos estarem lotados, uma senhora de uma pensão nos informou que estava tendo um evento na cidade e que ia ser difícil achar hospedagem.

Que sorte a nossa néh, primeiro paramos na cidade fantasma e depois fomos parar em uma cidade no dia que estava acontecendo o maior evento anual dela, e que não tinha uma hospedagem. 

Isso já era por volta de 9 horas da noite. Se não estivéssemos exaustas, até ficaríamos para o evento (um show de regaetton gratuito é sempre bom hehe).

Então, a solução foi seguir para próxima cidade e ficamos na torcida para que não tivesse nenhum evento na cidade também.

Veja também: viagem para o Santiago do Chile: 14 dicas e curiosidades

Terceira tentativa de achar uma hospedagem

Assim, voltamos para Ruta 5 e seguimos rumo a próxima cidade. A essa altura da viagem nosso corpo só queria uma cama. 

Depois de andarmos por mais alguns quilômetros, finalmente chegamos a próxima cidade, essa era uma cidade maior do que a anterior.

Então teríamos mais chances de achar uma hospedagem e as chances de todas estarem lotadas era menor. Nem ficamos procurando muito não, paramos logo na primeira pousada que vimos.

Nessa sim, conseguimos nos hospedar. Quando chegamos nessa pousada já era por volta das 10 horas da noite. Assim,pagamos nossas hospedagens e finalmente podemos descansar.

Pagamos uma diária de R$320 para ficarmos em um quarto triplo, o preço era maior, mas depois de pechinchar um pouco o dono da pousada deu um descontinho.

A pousada ainda era uma gracinha, com ar condicionado e camas confortáveis.

Então finalmente podemos tomar um tão esperado banho quentinho, tirar as roupas molhadas da mochila que tinha molhado no ônibus que quebrou no Andes, e descansar em uma cama  confortável.

Nem conseguimos acordar cedo no outro dia para pegar a estrada não. Acordamos por volta das 9 horas e fomos tomar café da manhã na pousada. Juntou a fome (pois só havíamos comido um sanduíche no dia anterior), com um café maravilhoso cheio de variedades e como resultado, certamente demos prejuízo para a pousada. Já não somos de resistir a uma mesa de café da manhã, com fome então, impossível não comer de tudo um pouco.

Então depois de uma noite bem dormida e um café da manhã divino, até esquecemos o perrengue da noite anterior e seguimos viagem novamente rumo a Puerto Montt. Dessa vez, enfim chegamos no tão sonhado destino de nossa viagem sem mais nenhum perrengue. Afinal já tinha sido perrengue demais para uma viagem só.

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